Linha Vermelha é fechada para transporte de fígado em corrida contra o tempo no Rio de Janeiro

Foto: Reprodução/ TV Globo

A Linha Vermelha, uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro, parou na manhã desta terça-feira (01) para permitir o traslado de um fígado destinado a um transplante. O fechamento do corredor foi essencial para que a cirurgia fosse bem-sucedida, embora um tiroteio quase tenha comprometido a missão.

O Bom Dia Rio acompanhou o traslado do órgão em uma verdadeira corrida contra o tempo. O fígado veio de Vitória (ES) e desembarcou no Galeão, com destino ao Hospital Silvestre, no Cosme Velho — a uma engarrafada Linha Vermelha de distância.

A Aventura Começou Ainda no Espírito Santo

A tensão começou ainda na noite de segunda-feira (30), quando Maria Elena Gouveia, de 69 anos, foi avisada de que teria que dar entrada no Hospital Silvestre até a meia-noite. Primeira na fila do transplante, Maria Elena e sua família se preparavam para sair de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, quando um tiroteio começou, impedindo-os de sair de casa.

Maria Elena só conseguiu deixar a comunidade onde mora no fim da madrugada, enquanto o órgão já estava a caminho. Ela se internou no Hospital Silvestre às 6h, quase perdendo sua vez para o segundo da fila.

Contramão na Linha Vermelha

Normalmente, quando um órgão chega de avião, uma equipe faz o traslado de helicóptero até o hospital — mas o Hospital Silvestre não possui área para pouso. Assim, o trajeto do Galeão até o Cosme Velho precisou ser feito por carro, e uma força-tarefa entrou em ação para contornar o congestionamento tradicional do caminho.

Ambos os sentidos da Linha Vermelha foram fechados. Com a pista livre, um carro da Secretaria Estadual de Saúde seguiu pela contramão desde a Ilha do Governador, mudando para a pista “certa” apenas ao subir o Elevado Engenheiro Freyssinet, para então entrar pelo Túnel Rebouças.

O fígado chegou ao destino às 7h20. O doador era um homem de 55 anos, residente em Vitória, que teve morte encefálica.

Expectativa de Sucesso na Cirurgia

A expectativa da equipe médica é de que a operação dure cerca de 5 horas.

Atualmente, mais de 44 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão no Brasil, o que torna cada caso como o de Maria Elena uma corrida crucial contra o tempo, envolvendo esforços coordenados para salvar vidas.

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