O governador Cláudio Castro teme que as obras inacabadas da estação Gávea, da Linha 4 do MetrôRio, desabem. Estudos apontam não haver problemas no local.
“Meu pavor aquela água embaixo da PUC. Se cair, a culpa é de vocês, Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público (MP) e Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Estado já tentou licitar duas vezes. E estou tentando fazer acordo. Porque se aquele troço cai, vai matar gente ali, e estou muito preocupado. Para o processo jurídico aqui, joga a briga para lá. Mas não indexa isso à vida de milhares de pessoas. O processo judicial não é mais importante do que a vida das pessoas. Se tiver que perder dinheiro, perde, cobra depois. Já tem exemplos graves”, criticou Castro durante um almoço com jornalistas.
Como mostrou o Mobilidade Rio, o governo do Rio de Janeiro firmou um acordo para concluir as obras da Estação Gávea do Metrô, paradas desde 2015.
De acordo com a proposta de acordo, o MetrôRio arcaria com os R$ 600 milhões previstos para a conclusão do terminal e, em troca, ganharia uma extensão de 10 anos na concessão.
A Rio-Barra, que construiu a Linha 4 até a Barra da Tijuca, executaria a obra na Gávea.
A assinatura do documento não coloca o projeto nos trilhos imediatamente. Isso porque as bases dessa negociação terão que ser aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e homologado pela Justiça, com a intermediação do Ministério Público (MP) do estado.
A intervenção do MP será necessária porque há ações na Justiça que apuram um suposto superfaturamento na implantação da Linha 4, que custou R$ 9 bilhões. O TCE estimou que houve um sobrepreço de R$ 3,7 bilhões e exige que o estado seja ressarcido pelo consórcio responsável pela construção. A partir do momento em que um acordo for fechado de fato, serão necessários três anos de obra até a estação ser aberta ao público.