A pandemia de COVID-19 provocou mudanças significativas nos hábitos de deslocamento dos cariocas. Medidas de distanciamento social, adoção do home office e receio de contaminação alteraram a rotina de mobilidade urbana na cidade.
Redução dos deslocamentos presenciais dos cariocas
Com a implementação do trabalho remoto, muitos cariocas diminuíram ou até cessaram seus deslocamentos diários para o trabalho. Estudo realizado pela Coppe/UFRJ revelou que 14,5% dos entrevistados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro modificaram sua forma de locomoção, resultando em redução de passageiros em trens, metrô, barcas e ônibus.
Aumento do uso de aplicativos de transporte
Paralelamente, observou-se um crescimento no uso de aplicativos de transporte, especialmente nas periferias. Na capital carioca, moradores dessas regiões passaram a utilizar mais os apps de carro (34%) e ônibus (38%) do que trem/metrô (17%) durante a pandemia. O principal fator para essa escolha foi o tempo do trajeto.
Mudanças no transporte público
A pandemia também impactou a demanda por transporte público. O MetrôRio registrou uma queda de 20% na demanda de passageiros em março de 2020, e atualmente essa queda atinge 25%. Além disso, a adoção do trabalho híbrido alterou o comportamento de utilização do sistema ao longo dos dias da semana, com menor movimentação nas segundas e sextas-feiras.
Adesão à mobilidade ativa
A crise sanitária também incentivou a adoção de modos de transporte mais saudáveis e sustentáveis. Pesquisa do CEBRAP mostrou que parte dos cariocas pretende, após a pandemia, pedalar ou caminhar mais do que antes dela. A predisposição à adoção da mobilidade ativa pode ser entendida como uma oportunidade para a consolidação de mudanças positivas na vida urbana.
Critérios para escolha do meio de transporte
Durante a pandemia, evitar aglomerações tornou-se o principal critério para a escolha do meio de transporte, mencionado por 35% dos entrevistados. Antes da pandemia, apenas 4% consideravam esse fator prioritário. O tempo de viagem e a segurança em relação a assaltos também ganharam destaque na decisão dos cariocas.
Percepção de segurança nos transportes
Os cariocas passaram a considerar o automóvel particular ou moto como os meios de transporte mais seguros em relação à contaminação pelo coronavírus, seguidos pelos modos ativos, como caminhar e pedalar. Por outro lado, os transportes públicos, como ônibus, metrô e trem, foram avaliados com as piores notas médias de segurança.
Impacto no turismo e economia local
As mudanças nos hábitos de deslocamento também afetaram o turismo e a economia local. Com a redução de turistas e a adoção do home office, houve uma diminuição na frequência a restaurantes, bares e outros estabelecimentos, impactando negativamente esses setores.
Conclusão
A pandemia de COVID-19 alterou profundamente os hábitos de deslocamento dos cariocas. A redução dos deslocamentos presenciais, o aumento do uso de aplicativos de transporte, as mudanças na demanda por transporte público e a adesão à mobilidade ativa são algumas das transformações observadas. Essas mudanças refletem a capacidade de adaptação da população e apontam para a necessidade de políticas públicas que promovam uma mobilidade urbana mais sustentável e segura no Rio de Janeiro.
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Invista em mobilidade sustentável
Para promover uma mobilidade urbana mais eficiente e saudável, é essencial investir em infraestrutura que incentive o uso de bicicletas e caminhadas, além de aprimorar a qualidade e segurança do transporte público. Empresas e governos devem colaborar para implementar soluções que atendam às novas demandas da população, garantindo deslocamentos mais seguros e sustentáveis.