A mobilidade urbana deve ser impactada por diversas frentes nos próximos anos, especialmente no que diz respeito à tecnologia, inovação e novas formas de se mover pela cidade. Segundo um estudo da Liga Insights Mobilidade, até o ano de 2030 estima-se que o mercado global de mobilidade crescerá cerca de 75%, atingindo valor de US $ 26,6 trilhões.
Para 2023, com a chegada do 5G em boa parte dos municípios com população superior a 500 mil habitantes já no mês de janeiro, por exemplo, o que deve influenciar usuários de aplicativos e de transporte público, além de pedestres e motoristas, o setor ainda deve seguir tendências nas formas de pagamento e modo de utilização.
“Nós já vemos uma grande movimentação e mudança de hábitos que dizem respeito ao setor da mobilidade. Em 2023, que marca também o ampliamento da cobertura do 5G, devemos ver se enraizar ainda mais algumas tendências, como o maior uso de aplicativos de transporte e delivery”, comenta Alécio Cavalcante, co-CEO da Ubiz Car, Startup de mobilidade urbana presente em diversas cidades do Brasil.
Entre as mudanças comentadas pelo co-CEO, estão:
- Pagamentos digitais
As formas de pagamento devem se diversificar no ano que vem, tanto no transporte público quanto nos aplicativos de mobilidade urbana, graças à tecnologia e às novas soluções disponíveis. “A tendência é que se amplie a margem de possibilidades facilitadoras para os transeuntes, como o pagamento via QR Codes no transporte público, algo já existente em São Paulo, e os pagamentos via Pix em viagens por aplicativo”, aponta Alécio.
- Maior conectividade
Segundo o Ministério das Comunicações, enquanto o 4G consegue conectar até dez mil dispositivos por quilômetro quadrado simultaneamente, o 5G suporta até um milhão, possibilitando, assim, maior conectividade.
“Exemplificando o que o 5G poderá fazer em relação à mobilidade de forma prática, será melhorar os fluxos de trânsito, uma vez que com uma melhor e mais veloz comunicação entre motoristas e centrais de controle, aplicativos de mobilidade poderão oferecer sempre as melhores rotas, evitando engarrafamentos”, ressalta o co-CEO.
- Veículos autônomos
De acordo com levantamento da consultoria inglesa Ernst & Young, espera-se que os carros autônomos representem 75% do total de veículos vendidos no mundo em 2030. “Já são muitas as marcas que investem no desenvolvimento de carros que não necessariamente precisam de um motorista, e essa é uma forte tendência para o futuro. Mesmo que não tenhamos uma frota relevante de veículos autônomos no ano que vem, vamos ouvir falar muito desse assunto e suas consequências a partir de agora”, destaca Cavalcante.
- Mais delivery
Outra crescente que devemos ver em 2023 é o uso de serviços de delivery, o que impacta diretamente na quantidade de veículos em circulação. “Essa é uma tendência que se enraiza nos hábitos de consumo desde a pandemia, que antes era utilizado mais restritamente para pedidos de restaurantes. Hoje, já vem sendo usado para pedidos em mercados, farmácias e demais estabelecimentos, tendo uma porção de aplicativos que oferecem esse serviço”, avalia o executivo.
- Menos carros próprios
De acordo com estudo realizado pela startup Loft, especialista no processo de compra e venda de imóveis, o Brasil é o país líder dentre os que mais utilizam aplicativos para se deslocar e pedir entregas, com destaque às cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. “As gerações que estão em sua juventude agora já não querem tanto o carro próprio, seja por causa dos custos com gasolina, seguro, mecânico, como também pelas opções facilitadoras que existem hoje em dia, que seriam a grande gama de apps de mobilidade disponíveis”, finaliza Alécio.