Desde o início de 2024, 87 ônibus municipais do Rio de Janeiro foram sequestrados e utilizados como barricadas durante operações policiais. Os dados foram divulgados pelo Rio Ônibus, sindicato das empresas que operam o serviço na cidade, após nove veículos terem sido usados para bloquear acessos durante uma ação policial.
Além dos sequestros, o sindicato informou que oito ônibus foram incendiados até julho de 2024. Nos últimos 12 meses, o total de ônibus sequestrados para barricadas foi de 147, enquanto 32 coletivos foram incendiados. Em 2023, 162 ônibus foram sequestrados, dos quais 26 foram incendiados.
O Rio Ônibus também destacou o impacto financeiro desses atos de vandalismo. Um coletivo novo custa R$ 900 mil e leva cerca de seis meses para ser reposto. Em 2024, o prejuízo já alcança R$ 6,8 milhões, enquanto, ao longo de 2023, o prejuízo totalizou R$ 22,1 milhões.
Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus, reforçou a necessidade de ações das autoridades para combater o vandalismo. “Oitenta e cinco ônibus foram sequestrados para serem utilizados como barricada somente este ano. Esse dado não pode ser apenas estatística, visto que milhares de cariocas têm o seu direito de ir e vir impactados todos os dias. É difícil contratar profissionais para atuar em determinadas regiões, manter operação e prestar o serviço com a qualidade que os usuários precisam. Falta ação por parte das autoridades de segurança pública, que devem agir com urgência para garantir a mobilidade da nossa cidade”, afirmou Valente.
No âmbito estadual, desde 2023, 73 ônibus foram incendiados, resultando em um prejuízo de R$ 62 milhões. Em 2024, 15 coletivos foram incendiados, sendo oito na capital, quatro em Duque de Caxias, dois em Belford Roxo e um em Barra Mansa.
Quanto aos ataques registrados, desde o ano passado, foram 21 ocorrências na região, sendo 17 em Caxias, dois em Nova Iguaçu e outros dois em Belford Roxo. Em 2023, foram registrados 58 incêndios em ônibus, com 43 ocorrências no Rio de Janeiro, 13 em Duque de Caxias e duas em Nova Iguaçu. Na última década, 426 ônibus foram incendiados de forma criminosa, o que corresponde a um incêndio a cada oito dias.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (Semove) repudiou os ataques aos ônibus e reafirmou que a população é a parte mais afetada. A entidade também solicitou ajuda na identificação dos criminosos.