Deputados estaduais integrantes da CPI dos Trens vistoriaram o ramal Deodoro-Santa Cruz e encontraram um estado de precariedade. A vistoria aconteceu na segunda-feira, dia 25 de abril de 2022.
A fiscalização feita entre as estações de Deodoro e Santa Cruz, operadas pela Supervia, encontrou problemas como falta de banheiros, de acessibilidade, mato alto e dormentes (peças que sustentam os trilhos) destruídos. Além disso, a CPI afirma que a estação de Senador Camará voltou a ser dominada pelo narcotráfico.
Na estação de Santa Cruz, carros com desembarque distante e com altura em desconformidade com a plataforma dificultavam a entrada e saída de gestantes, idosos e cadeirantes, diz a presidente da CPI, Lucinha (PSD):
“A falta de banheiros é generalizada: em todo o ramal, só as estações de Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos têm banheiro. Na estação de Deodoro, a escada rolante estava quebrada. Se o contrato não está sendo cumprido, a Agetransp precisa aplicar multa à Supervia.”
Ao longo do caminho, os integrantes da CPI também encontraram muito lixo nas margens da linha férrea, buracos nas paredes e dormentes em mau estado. O deputado Luiz Paulo (PSD) acompanhou a vistoria e afirmou que “a manutenção feita pela concessionária é corretiva e não preventiva”.
“Só fazem o mínimo para o sistema não colapsar. A linha é um depósito de lixo, a estação Senador Camará está sob controle dos narcotraficantes novamente. O Governo do Estado precisa ter uma posição forte diante da concessionária. Apesar de ser um serviço estruturante, o trem vai se desestruturando, perdendo passageiros”, diz o parlamentar, que é engenheiro civil com especialização em transporte.
Lucinha diz ainda que as canaletas laterais da linha férrea, que deveriam escoar as águas da chuva, estão destruídas “ou nem existem mais em algumas estações”.
“Com a canaleta em mau estado, a linha férrea alaga e o trem tem que parar. Além disso, posso afirmar que, pelo menos, 95% dos dormentes do ramal estão danificados. O dormente é importante porque ajuda a segurar o trilho e, quando ele está danificado, o trem tem que andar em baixa velocidade para não correr o risco de descarrilhar”, explica.
A vistoria também foi acompanhada pelo secretário estadual de Transportes, André Luiz Nahass, e o presidente da Agetransp, Murilo Leal, além dos parlamentares Waldeck Carneiro (PSB), Martha Rocha (PDT) e Enfemeira Rejane (PCdoB).
A sexta sessão da CPI dos Trens ocorrerá no plenário da Alerj na próxima segunda-feira, dia 2 de maio de 2022, quando os problemas verificados no dia 25 serão discutidos. A próxima vistoria, nos ramais de Japeri e Belford Roxo, também será feita na semana que vem.