A Semove lançou na terça (21/03) o seu guia de governança corporativa, criado para disseminar os conceitos e valores adotados pela entidade nos últimos anos, desde o início de seu processo de reestruturação. O guia tem como objetivo ajudar as empresas a implementarem boas práticas de governança em suas operações diárias, de forma a atender às exigências da sociedade nos dias de hoje.
Rodrigo Tortoriello, vice-presidente de relações institucionais da Semove, lembrou da responsabilidade do setor. “Precisamos cada vez mais nos pautar pela ética, pela boa governança e pelos princípios de ESG, pois somos vistos pela sociedade de uma maneira diferente. O momento do Guia é oportuno para trazer cada vez mais discussões importantes para o transporte coletivo de passageiros”.
Líder do processo de reestruturação da Semove, o presidente Armando Guerra Junior destacou o avanço do setor. “A construção da governança vem ocorrendo ao longo dos anos, e boa parte das empresas cumprem boas práticas e possuem programas de compliance em vigor. O mais importante, a partir de agora, é garantir o reconhecimento da opinião pública para as transformações que vem ocorrendo”.
Sergio Avelleda, um dos maiores especialistas em mobilidade urbana do país, foi o consultor responsável pelo Guia de Governança. Em sua palestra no evento de lançamento, apresentou um grande panorama da mobilidade urbana atual, que serviu de cenário para apresentar os principais temas abordados no Guia. “A ideia foi desenvolver uma referência para as empresas de ônibus, como um espelho das referências da Semove”, disse.
Ao se dirigir aos empresários presentes, Avelleda ressaltou alguns princípios de ESG como fundamentais para o setor. “Adoção de uma política de incremento da sustentabilidade em toda a cadeia de atividades; definição de metas claras e precisas, com transparência na divulgação dos incidentes de trânsito na operação dos ônibus; ofertar de forma permanente treinamento para desenvolvimento profissional dos colaboradores e, por fim, implementar ações comunitárias, buscando promover inclusão social, melhoria urbanística, convivência e lazer”.
Como outro fator que impacta diretamente o setor, Sergio Avelleda destacou a importância da transparência e da ética nas relações com o poder público e com a sociedade em geral. “Seguir uma política de transparência é obrigação de quem recebe recursos públicos. E o impacto não é só na reputação da empresa, acaba sendo concreto. O reequilíbrio dos contratos, por exemplo, só virá com transparência na operação”, disse ele.
“Dar publicidade às demonstrações financeiras, aos custos operacionais e aos investimentos realizados são práticas de boa governança e que contribuem para a melhoria da imagem do setor”, completou. O Guia de Governança está sendo entregue aos dez sindicatos associados e às 184 empresas filiadas.