O Rio de Janeiro viveu nesta terça-feira, 28 de outubro, um dia completamente fora do normal. A maior operação policial da história do Estado, voltada contra o Comando Vermelho, deixou pelo menos 64 mortos e transformou a rotina dos cariocas. Com medo e incerteza, muita gente antecipou a volta para casa, enfrentando cenas caóticas em todos os modais de transporte.
Nas ruas e estações, o retrato era de aglomeração e pressa. Ônibus, metrô, BRTs, trens, VLTs e barcas ficaram lotados desde o início da tarde. Houve até registros de pessoas pulando catracas para conseguir embarcar. O funcionamento de cerca de 200 linhas de ônibus foi afetado, e mais de 70 veículos foram sequestrados e usados como barricadas. Segundo o Rio Ônibus, aproximadamente 100 linhas deixaram de circular, obrigando milhares de pessoas a buscarem rotas alternativas.
A operação das barcas entre o Rio e Niterói também saiu do padrão: o horário de pico começou mais cedo, entre 15h30 e 17h30, e provocou longas filas na Praça XV e embarques congestionados. No metrô, estações como Jardim Oceânico, Botafogo e Barra da Tijuca registraram filas extensas e plataformas lotadas. Já nas vias expressas, o cenário não foi diferente – a Linha Amarela parou várias vezes ao longo do dia. E a Estrada Grajaú-Jacarepaguá teve bloqueios causados por ônibus atravessados.
Comércios
Na Zona Norte, um ônibus bloqueou a Estrada Velha da Pavuna, enquanto comerciantes encerraram as atividades por segurança em áreas como a Avenida Itaóca – padarias, farmácias, oficinas e mecânicas fecharam as portas ao longo do dia. Escolas, universidades e empresas suspenderam atividades, e os pontos de ônibus ficaram lotados, com o horário de rush começando ainda no meio da tarde. O caos nos transportes e nas ruas do Rio de Janeiro refletiu o medo e a tensão que tomaram conta da cidade neste dia de violência e paralisação.
