Justiça impede pagamento de bônus de R$ 7 milhões a diretores da Supervia em meio à crise financeira

Na última terça-feira (20/08), a Justiça do Rio de Janeiro impediu a Supervia de pagar um bônus de R$ 7 milhões a diretores do alto escalão da empresa, em meio a uma grave crise financeira que ameaça a continuidade dos serviços ferroviários no estado. A concessionária, que está em processo de recuperação judicial, havia planejado destinar o pagamento em setembro, justificando que o bônus era devido ao cumprimento de metas operacionais.

No entanto, a decisão judicial ressaltou que, apesar das alegações da Supervia, a qualidade dos serviços prestados aos passageiros caiu significativamente nos últimos quatro anos. Além disso, a Justiça destacou que o pagamento do bônus resultaria em um déficit de R$ 2,3 milhões até o final do mês, o que foi considerado inadmissível pelo juiz, dado o cenário de insolvência da empresa.

  • Fique por dentro das atualizações do Mobilidade Rio no X (antigo Twitter) e Facebook
  • Tem um negócio? Anuncie aqui e alcance milhares de leitores! Saiba mais
  • A decisão judicial também mencionou que o pagamento da bonificação poderia ser remanejado para o final do ano. Em resposta a questionamentos da TV Globo, a Supervia afirmou que a compensação se trata de um direito trabalhista, mas não forneceu detalhes adicionais sobre as metas que teriam sido atingidas.

    Além de impedir o pagamento do bônus, a Justiça também suspendeu a exigência de que a Supervia realizasse obras de acessibilidade e reformas em estações e trens, compromissos que haviam sido firmados com o Ministério Público.

    Segundo uma consultoria particular apresentada à 6ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, a Supervia só conseguiria operar os trens até o final de agosto. Para continuar funcionando até dezembro, a empresa precisaria de um aporte de R$ 120 milhões, e o dobro desse valor seria necessário para operar em 2025. No entanto, o pedido de aporte foi negado pelo governo. Uma nova audiência sobre o caso está marcada para o dia 9 de setembro.

    Em nota, a Supervia reconheceu as sérias dificuldades financeiras que enfrenta e afirmou que, devido à limitação de recursos, tem priorizado o investimento em segurança operacional e o pagamento dos salários dos colaboradores. A empresa expressou confiança na Justiça para manter a prestação dos serviços.

    A Secretaria Estadual de Transportes declarou que continua atuando para garantir a continuidade do serviço ferroviário, enquanto a Procuradoria Geral do Estado informou que as negociações entre a empresa e o governo seguem em busca de uma solução amigável.

    Deixe um comentário