O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, assinou nesta terça-feira (26) um acordo com a Supervia que formaliza a transição do serviço de trens urbanos na capital e Região Metropolitana para um novo operador. O acordo prevê que a transição, inicialmente planejada para durar de 6 a 9 meses, será seguida por um processo de concessão à iniciativa privada.
O documento, que lista compromissos do Governo do Estado e da concessionária, será homologado pela Justiça em até uma semana. Durante o período de transição, a Supervia continuará operando o sistema, mas sob supervisão direta do governo estadual.
Investimentos e Melhorias Prometidas
O governador anunciou que o projeto de transição contará com um investimento total de R$ 450 milhões, sendo R$ 300 milhões do governo estadual e R$ 150 milhões da Supervia. Esses recursos serão direcionados para melhorias em estações, escadas rolantes, passarelas e áreas dominadas pelo tráfico, além da reestruturação da operação.
Segundo o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis, o estado reassumirá parte do controle do transporte e das decisões estratégicas para melhorar o serviço, incluindo a infraestrutura das estações e a segurança nas áreas críticas.
Segurança Reforçada com o “Batalhão do Trem”
Como parte das medidas iniciais, será criado o “Batalhão do Trem”, uma unidade especializada da Polícia Militar destinada a reforçar a segurança das estações e dos passageiros. O projeto ainda está em discussão, mas o objetivo é aumentar a presença de agentes armados em pontos estratégicos da malha ferroviária.
Impacto para os Usuários
O governador garantiu que não haverá aumento de tarifas durante o período de transição, mantendo benefícios como as tarifas sociais. Castro também afirmou que o projeto de uma tarifa única para todos os modais geridos pelo estado está sendo estudado, mas ainda não há prazo para sua implementação.
Problemas Persistentes e Avaliação Técnica
A transição ocorre em meio às dificuldades financeiras enfrentadas pela Supervia, que já manifestou interesse em devolver a concessão. Para avaliar o sistema ferroviário e auxiliar na elaboração do futuro edital de licitação, o governo contratou a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que realizará estudos técnicos e mensuração de custos da operação. A consultoria foi contratada por R$ 2,4 milhões.
Enquanto isso, problemas como o roubo de cabos continuam afetando o sistema. O ramal Belford Roxo opera com restrições devido ao furto de 1,2 km de cabos e à insegurança na região, marcada por constantes tiroteios.
O governo e a Supervia esperam que o período de transição marque um passo decisivo para “arrumar a casa”, como definiu o governador, e oferecer um serviço mais digno para os cerca de 300 mil passageiros que utilizam o sistema ferroviário diariamente.