CNH sem autoescolas pode aumentar infrações de trânsito? Especialista avalia riscos e benefícios da proposta

O governo federal estuda extinguir a obrigatoriedade das autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A medida, autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro e em fase de consulta pública, promete reduzir em até 80% o custo para o futuro motorista e acelerar o processo de habilitação.

A proposta mantém os exames teórico e prático, mas flexibiliza o número de aulas, permitindo que o candidato escolha a quantidade de treinamentos e opte por instrutores credenciados pelo Detran, sem necessidade de uma autoescola.

Apesar de facilitar o acesso à CNH, especialistas alertam que a mudança pode aumentar o número de infrações e acidentes no trânsito.

Em 2024, o país registrou mais de 75 milhões de multas, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

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  • Laura Diniz, diretora da SÓ Multas e especialista em Direito de Trânsito, destaca que a redução da carga horária pode comprometer o aprendizado prático. E o conhecimento do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), elevando o risco de violações.

    Ela aponta o crescimento de infrações por excesso de velocidade e uso de celular ao volante, que aumentaram 32% e 33%, respectivamente, em 2024.

    Para Diniz, a formação técnica é essencial para reduzir erros de direção e evitar reincidências.

    A ausência de vivência real no trânsito pode gerar motoristas menos preparados, o que eleva a probabilidade de acidentes e penalidades.

    O Ministério dos Transportes prevê que a proposta entre em vigor até o fim do ano e já recebeu mais de 10 mil contribuições da população.

    O alto engajamento mostra o interesse dos brasileiros em discutir uma CNH mais acessível, mas também segura.

    Diniz reforça que democratizar o acesso não deve significar enfraquecer a formação.

    Segundo ela, a redução de custos precisa caminhar junto com a responsabilidade na preparação dos novos condutores.

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